1-
Definição:
Trauma é um acontecimento patogênico e traumatismo é a conseqüência
desse acontecimento.
Do ponto de vista psicológico, o acontecimento é
sempre uma experiência vivida. A experiência pode ser real (sedução,
violência, ameaça etc.) ou mental (sonho, desejo, pensamento, devaneio
etc), e é traumática devido a sua intensidade ou a uma fragilidade do
ego. A fragilidade egóica pode ser circunstancial
(fadiga, situação conflitiva etc.) ou permanente (doença física ou
mental). Portanto, o trauma psicológico é uma experiência que o ego não
conseguiu elaborar.
2-
Histórico
As
noções de trauma e de traumatismo são de uso antigo na Medicina, e
sempre estiveram associadas a acontecimentos externos e reais. Freud
utilizou a noção de trauma psíquico desde o início de seus estudos.
Inicialmente, ela foi pensada pelo viés econômico.
Assim, o acúmulo de excitação dentro da mente teria efeito patogênico,
isto é, traumático. Ainda nessa fase de seus conhecimentos, as neuroses
eram decorrentes de traumas sofridos na infância, principalmente os
sexuais, sendo a sedução da criança por um adulto o protótipo da
experiência traumática. Foi a auto-análise de Freud que o fez abandonar
a teoria da sedução ao perceber a importância das
fantasias incestuosas. O desenvolvimento do conhecimento sobre o
mundo fantasmático mudou também a concepções sobre o traumatismo
psíquico. Freud entendeu que para ser traumático um acontecimento teria
que ter uma relação com algum elemento do mundo fantasmático não
passível de elaboração pelo ego.
3-
Clínica:
O
trauma pode desencadear o uso de defesas habituais, como o desvio da
atenção, defesas patológicas e até a
desorganização do próprio ego.
A
angústia é um sinal de alerta contra a possibilidade de algum produto do
inconsciente aflorar à consciência e ter um efeito traumático.
Fatores constitucionais, estados regressivos,
falhas básicas no desenvolvimento do ego
e do superego e fixações da
libido afetam a capacidade egóica.
|