Definições
Energia proposta por Freud como substrato da pulsão sexual e que pode
ser investida em objetos externos, representações mentais e estruturas
mentais.
Em
latim significa vontade, desejo.
Carl
G. Jung
(1875-1961) ampliou a noção de libido empregando-a como energia psíquica em geral.
Libido do ego ou narcísica seria aquela cota de energia da pulsão sexual
investida no ego e nas representações de si-mesmo.
Libido objetal seria aquela alocada nas representações mentais do objeto externo.
Histórico
A teoria da libido constitui uma das teorias centrais da Psicanálise.
Propõe que os interesses e a estimulação
sexual são contínuos através de
toda a vida e se expressam através de comportamentos e manifestações
mentais.
A noção freudiana sobre o carater individual tem uma relação
direta com suas concepções sobre o
desenvolvimento da libido, isto é,
com as vicissitudes que a libido sofre durante o desenvolvimento
psicossexual
(Carater e Erotismo Anal in Edição Standard da Obra
Psicológica Completa de Sigmund Freud, vol. IX; Ed. Imago,
R.J.; A Disposição à Neurose Obsessiva, vol. XII;
Alguns tipo de
carater encontrados no trabalho psicanalítico, vol.
XIV.
Na
perspectiva do desenvolvimento libidinal, é suposto que no início da
vida os interesses e os estímulos se
restrinjam às necessidades corporais
relacionadas apenas à sobrevivência. Apoiando-se nestas necessidades
destaca-se, então, uma forma específica de interesse, denominada por
Freud de libido que vai se ligar,
inicialmente, a determinadas regiões
corporais, chamadas de zonas erógenas. A partir de então, a libido vai
se
organizar a partir destas zonas erógenas dando origem às diferentes
fases libidinais, que não são etapas
Baseando-se no primeiro tipo de relação do ser humano, a primeira fase a
se constituir é a oral, na qual
predominam os estímulos relacionados à
mucosa oral e a maneira da pessoa se relacionar é, predominantemente,
por identificação e incorporação do objeto. A satisfação libidinal da
fase oral pode ser dividida em duas etapas
relacionadas ao tipo de
incorporação do objeto: a oral precoce (ligada à sucção) e a oral-sádica
(ligada ao
surgimento dos dentes), na qual a incorporação se associa à
destruição do objeto gerando ansiedades
persecutórias
de ser comido e
devorado.
Em
seguida, acompanhando a evolução cultural do bebê, e ao redor da
aquisição do controle do esfíncter anal,
constitui-se a fase anal,
caracerizada por uma relação que oscila entre a retenção e a eliminação
do objeto. O
desenvolvimento do controle e domínio muscular necessários
para o controle esfincteriano acaba configurando um
tipo de relação objetal que conjuga a
pulsão sádica com a pulsão sexual e constitui a
polaridade
atividade/passividade. Ela também pode ser dividida em duas
etapas: a anal-expulsiva, na qual predomina a pulsão
sádica relacionada
à destruição do objeto, e a anal-retentiva, na qual predomina o desejo
de prender, reter e
dominar o objeto. (Abraham, K.
[1970] Teoria
Psicanalítica da Libido. Ed. Imago, R.J.)
A
etapa subsequente, a fase fálica, vinculada aos estímulos genitais, irá
se contituir redor da descoberta da
diferença anatômica entre os sexos,
no auge da trama edípica, e se caracteriza por
relações nas quais
predominam questões de poder, força e dominação.
Organiza relações nas quais polariza a oposição
fálico/castrado dando
origem a ansiedades relacionadas ao complexo de
castração.
Não
mais sob o primado do falo, a fase genital se constitui ao redor
da puberdade a partir do reconhecimento das
diferenças e se caracteriza
pela procura do objeto externo.
As
fases oral, anal e fálica têm como objeto o próprio corpo e por isso são
também chamadas de auto-eróticas.
Em Sobre o Narcisismo: uma introdução: um (Edição Standard da Obra
Psicológica Completa de Sigmund Freud, vol.
XIV; Ed. Imago, R.J.),
Freud propõe a existência de uma etapa
narcísica durante o auto-erotismo, na qual as
diversas
pulsõessao.htm">pulsões começam a se intergrar dando origem à
idéia de corpo e ao desenvolvimento do ego.
Teoria da Libido e o adoecer mental
Para Freud, a compreensão sobre o
adoecer mental esteve associada, desde o início, às vicissitudes da
libido no
desenvolvimento humano: a libido não satisfeita poderia dar
origem à neurastenia, ser transformada em
angústia e
dar origem à
neurose de angústia ou à
fobia (se a angústia for deslocada para algum
objeto ou situação), ser
convertida para o corpo dando origem à
neurose
histérica, ser deslocada para algum outro objeto dando origem à
neurose
obsessiva, retornar ao corpo dando origem à hipocondria e ao ego dando
origem às neuroses narcísicas.
A teoria da libido proprõe um paradoxo: segundo esta teoria, a espécie humana
seria a única espécie social cujos integrantes seriam seres antissociais e
hedonistas na sua origem e cuja motivação básica não seria a segurança.
a.
|