Agressividade |
Definição A agressão conhece outras modalidades além da ação motora violenta e destruidora; não existe qualquer comportamento, quer negativo (recusa de auxílio, por exemplo) quer positivo, simbólico (ironia, por exemplo) ou efetivamente atuado, que não possa funcionar como agressão. A Psicanálise atribui uma importância crescente à agressividade, mostrando-a a operar desde cedo no desenvolvimento do indivíduo e sublinhando o mecanismo complexo de sua fusão e de sua desfusão com a sexualidade. Esta evolução das idéias culmina com a tentativa de procurar na agressividade um substrato pulsional único e fundamental na noção de pulsão de morte.”
Histórico Com Alfred Adler (1870-1937), um dos quatro membros do seleto
grupo
inicial que se reunia com Freud, temos a primeira tentativa de uma
visão geral e específica sobre a agressividade. Além dos desejos hostis e da ambivalência, nesta época a agressividade também era objeto de consideração psicanalítica quando se fundia com a libido dando origem ao sadismo e ao masoquismo, ambos compreendidos como situações nas quais a satisfação libidinal estaria ligada ao sofrimento. Portanto, até cerca de 1920 a agressividade era entendida pela Psicanálise como o era pela Biologia: um dos componentes da vida. As modificações decorrentes da introdução do conceito da pulsão de morte e os desdobramentos teóricos e clínicos posteriores, principalmente os desenvolvidos pela escola kleineana, acabaram levando a uma superposição dos conceitos de agressividade e destrutividade, o que tem gerado enorme controvérsia sobre o tema. Enquanto que os kleineanos propõem que a agressividade seja uma pulsão inata, primordialmente hostil e destrutiva para com o objeto para o qual é dirigida, os kohutianos (discípulos de Heinz Kohut [1913-1981], médico e psicanalista, fundador da Psicologia Psicanalítica do Self) defendem que “a agressividade é inicialmente uma função de um esforço ativo, não hostil, a serviço do domínio e da adaptação, só assumindo qualidades hostis e destrutivas em reação à frustração e ao conflito” (Moore, B.E.; Fine, B.D. Termos e Conceitos Psicanalíticos, Artes Médicas, P.Alegre, 1992). Em 3 livros seminais, John Bowlby demonstra a função da agressividade na manutenção de relações fundamentais e uma das possíveis reações à perda e à separação (Apego, Perda e Separação; Editora Martins Fontes, S.P.). Mais
recentemente vem sendo observando uma necessidade de proceder-se a
diferenciação entre a disposição
psicológica para o desencadeamento de
condutas destrutivas e a agressividade, impulso biológico presente em
todas as espécies e ligado à sobrevivência/adaptação. No Centro de
Medicina Psicossomática e Psicologia Médica Nesta mesma direção D. Tenenbaum, mostra a importância da agressividade (diferentemente da destrutividade) na construção do eu ("Pulsão de Morte – Dr. Freud, um antropólogo?" in Revista de Psicanálise do Rio de Janeiro, nº 2, setembro/1992),
Clínica A observação das relações humanas mostra como a agressividade está presente na vida cotidiana, como por exemplo nas afirmações do eu, nas demarcações de território, nas atitudes defensivas, etc. Da mesma forma, pode-se observar o quanto o uso psicológico da agressividade, que caracteriza a destrutividade, também está presente em nosso convívio nos momentos em que agimos e/ou reagimos destrutivamente às mais diversas situações da vida.
Por outro lado, é principalmente nos quadros de
neurose obsessiva, paranóia e melancolia que |