Definições
1-
Instância
psíquica:
o
consciente;
2-
Instância
moral:
consciência
moral;
3-
Ato
de
estar
ciente:
possuir
um
conhecimento
ou
uma
informação;
4-
Ato
de
ser
ou
estar
consciente:
capacidade
de
apreender
a
natureza
de uma
situação,
objetiva
ou
subjetiva,
em
toda
a
sua
complexidade,
psicológica
e existencial, e
responder
adequadamente a
ela;
5-
Neurologia
:
diferentes
graus
do
estado
de
estar
desperto. Neurologicamente falando, a
consciência
varia do
estado
de
coma
profundo
até
o
estado
de
lucidez.
Histórico
Como
pode-se
ver pelas
definições,
este
termo
é usado
em
diferentes
sentidos.
Aqui
vamos
nos
ater
à de
número
4,
que
é
sempre
uma
experiência
subjetiva
individual,
fruto
da
integração
dos
diferentes
aspectos
da
situação,
afetivos
e cognitivos, e
íntimamente
dependente
do adequado
funcionamento
do
ego.
É uma
atividade
sempre
transformadora,
pois
amplia a
identidade.
Segundo Tenenbaum,
pode-se
distinguir
três
períodos
no
desenvolvimento
das
idéias
de Freud. “Nos
primeiros
anos
predominou a
importância
da
repressão
dos
afetos
no adoecimento
mental. O
afeto
era
considerado a
expressão
de uma
energia
mental e o
tratamento
consistia na
liberação
dos
afetos
(ou
da
energia)
reprimidos, a
catarse.
A
mente
era
concebida
através
de uma
teoria
neuropsicológica
onde
a
consciência
ainda
não
se fazia
presente
em
toda
sua
amplitude;
era
tratada
como
um
dos
sistemas
neuropsicológicos da
mente,
formada
pelo
sensório
e
pelo
consciente:
o
sistema
perceptivo-consciente.
Nos
anos
intermediários
foi elaborada a
teoria
dos
instintos
,cujo
objetivo
era
o
conhecimento
do
id
e
seu
papel na
dinâmica
mental (ainda
limitada à
dinâmica
dos
conflitos
inconscientes
).
Afetos
e
sentimentos
passaram a
ser
vistos
como
expressões
mentais
dos
instintos
biológicos e o
tratamento
mudou
para o
método
interpretativo
da
psicanálise
do
id
através
da
superação
das resistências.
‘Que
seja
ego
onde
era
id’
pode
ser
tomada
como
a
frase
emblemática
desta
época.
Mas,
é
preciso
que
se diga,
nem
sempre
a
resolução
dos
conflitos
inconscientes
acarretava,
concomitantemente,
a
ampliação
da
capacidade
da
pessoa
ter
consciência
de
si
(identidade)
e do
seu
ambiente
(consciência
ética
e
ecológica).
Talvez
também
por
isso,
mas
com
certeza
não
só
por
isso,
Freud abandonou
toda
sua
teoria
neuropsicológica (exposta
no
Projetoe
em
alguns
textos
metapsicológicos)”.
O
interesse
predominante
do
período
final
da
obra
de Freud,
ainda
segundo
Tenenbaum, “esteve relacionado
com
a
função
do
ego
em
administrar
as
demandas
do
id
id,
do
superego
e da
realidade,
mas
a
distinção
entre
a
capacidade
de
representar
o
mundo
e de
tomar
atenção
sobre
algum
evento,
fundamentais
para a
sobrevivência
e
presentes
não
só
no
ser
humano
,
e a
capacidade
de tornar-se
consciente
de
si
(identidade)
e do
ambiente
(consciência
ética
e
ecológica),
até
hoje
considerada
exclusivamente
humana,
não
foi aprofundada.”
Ainda
neste
capítulo
de
seu
livro,
Tenenbaum
lamenta
o
desinteresse
que
a
Psicanálise
mantém
em
relação
à
consciência,
a
tal
ponto
que,
como
este
autor
diz, “para
alguns
mais
radicais
a
consciência
passou a
ser
expressão
de auto-engano e o
lugar
do
sujeito
foi deslocado da
consciência
para o
inconsciente.”
Tenenbaum propõe
que
a
consciência
no
sentido
4 é formada
por
dois
níveis
de
funcionamento
relativamente
independentes:
a
consciência
de
si
(a
identidade)
e a consciência do
ambiente
(a
ética
e a
ecológica).
É
ainda
neste
sentido
que
ocorre o insight,
experiência
transformadora,
fruto
da
integração
dos
processos
afetivos
e
cognitivos envolvidos
com
uma
dada
situação
externa
ou
interna.
Clínica
Existem cinco
maneiras
da
mente
lidar
com
a
consciência
no
sentido
4:
através
da
negação,
da
repressão,
da recusa, da rejeição
e da elaboração.
.
Estados psicológicos
e fisiológicos (sono,
fadiga,
doenças
e drogas) provocam
estados
alterados da
consciência.
Estado crepuscular é uma alteração transitória da consciência
no sentido 5 (neurológico), no qual a atividade
é mantida de modo mais ou menos
coordenado e de forma mais ou menos automática. O paciente pode dar a
falsa impressão
de que está entendendo a situação, mas nesse estado a compreensão da realidade está
sempre
prejudicada ou inexistente.
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