Definição
Uma
das estruturas mentais na formulação final de Freud sobre o aparelho
mental (segunda tópica)
Histórico
A
noção de censura está presente desde o início dos estudos de Freud sobre
o funcionamento mental.
Na primeira tópica ela
se localiza entre os sistemas inconsciente
(Ics) e pré-consciente (PCs) e entre este e o perceptivo-consciente (Prcpt-Cs) com a função de
impedir que conteúdos inconscientes tenham acesso ao sistema perceptivo-consciente (Prcpt-Cs). Em funcionamento constante, ela fica
abrandada no sono, nos estados de fadiga
e de entorpecimento.
Dentre seus artigos metapsicológicos
encontra-se um importante estudo sobre as vicissitudes do processo de
luto (Luto e Melancolia in Edição
Standard da Obra Psicológica Completa de Sigmund Freud, vol. XIV;
Ed. Imago, R.J.),
no qual define um sistema, formado por duas
estruturas: o ideal do ego e uma instância
crítica, que estaria na
gênese dos quadros melancólicos.
Mais
tarde, no âmbito da reformulação que fez sobre o aparelho mental nos
anos 20 do século passado (segunda
tópica),
Freud postulou a existência de uma estrutura mental que
englobaria o ideal do ego, exerceria as funções
antes descritas como
censura e que se constituiria a partir de uma diferenciação do
ego por conta das identificações com os pais e a
introjeção da interdição. A renúncia aos
desejos edípicos e hostis está,
portanto, na
base do formação do superego.
Ao
longo da vida o superego é ampliado através de novas introjeções que
acabam por construir o arcabouço das
exigências sociais e culturais da
pessoa (educação, religião e moralidade).
Características
Na
concepção freudiana, esta estrutura mental se organiza a partir da
dissolução do complexo de édipo, enquanto
que na
concepção Kleineana ela se organiza mais precocemente. Para ambos
autores, o superego exerce a função de censor do ego.
Expressa-se clinicamente através da culpabilidade inconsciente e da
necessidade de castigo.
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