Definição
Estrutura mental resultante das
identificações com os pais, seus
substitutos e com os ideais coletivos.
Histórico
Este
conceito surge, na obra de Freud, em seu artigo
Sobre o Narcisismo: uma
introdução (Edição Standard das Obras Completas de S. Freud, vol.
XIV, Editora Imago, R.J.) como uma solução para a perda do
narcisismo infantil, que é onipotente. Nas
próprias palavras de Freud: “o que ele [o homem] projeta diante de si
como ideal é o substituto do narcisismo perdido da sua infância; nesse
tempo o seu próprio ideal era ele mesmo”. O Ideal do Ego é essa
estrutura mental que funciona como referência para o ego avaliar suas realizações, uma instância crítica e de
auto-observação que surge a partir da introjeção das críticas dos pais
em relação à criança.
Seguir a construção deste conceito na obra de Freud é acompanhar a
elaboração do conceito de superego. Em seu
artigo O Ego e o Id (Edição Standard da Obra Psicológica
Completa de Sigmund Freud, vol. XIX; Ed. Imago, R.J.) eles são
apresentados como sinônimos, enquanto que em outros textos Freud se
refere ao Ideal do Ego como uma sub-estrutura componente do
superego.
Atualmente considera-se o Ideal do Ego como um
conjunto de funções dentro da estrutura do superergo.
A
Psicologia do Self desenvolveu este tema propondo vários aspectos
constituintes do Ideal do Ego: o “self grandioso” (self normal e
exibicionista da primeira infância), o “self ideal” (conceito a respeito
da pessoa que se quer ser), o “objeto idealizado” ou “self-objeto”
(experiência subjetiva decorrente de um relacionamento no qual a outra
pessoa proporciona a sustentação do self através de sua presença e
ação), o “relacionamento ideal” (representação de um relacionamento
ótimo que se deseja ter), a “criança ideal” (ideal que os pais têm de
uma criança desejável e diagna de amor) e o “objeto
ideal” (imagem de um
objeto admirado, idealizado e onipotente).
Outro
aspecto desenvolvido pela Psicologia do Self diz respeito ao “dano
narcísico”, vulnerabilidade na constituição de uma adequada
representação de si mesmo que pode desencadear intensos sentimentos de raiva,
vergonha, desprezo e despeito.
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