Definição
Mecanismo de defesa através do qual
a pessoa inconscientemente expulsa de si e localiza no exterior, em
pessoas ou coisas, aspectos psicológicos seus: qualidades, defeitos,
sentimentos, desejos e até mesmo objetos
internos que ela não aceita ter em si.
Histórico
Já em
seus primeiros estudos psicanalíticos Freud fala
deste mecanismo (Novas Observações sobre as Neuropsicoses de Defesa
in Edição Standard da Obra Psicológica Completa de Sigmund Freud,
vol. III; Ed. Imago, R.J.), por ele considerado como um mau uso do
mecanismo psicológico comum de procurar no exterior a origem de um
desprazer.
Inicialmente vinculado à paranóia, em 1915 Freud considerou que este
mecanismo também está presente na construção fóbica, onde ocorre a
projeção do verdadeiro perigo, que é pulsional: “O
ego comporta-se como
se o perigo de desenvolvimento da
angústia não proviesse de uma moção
pulsional, mas de uma percepção e pode portanto reagir contra esse
perigo exterior pelas tentativas de fuga das evasivas fóbicas.” (O
Inconsciente in Edição Standard da Obra Psicológica Completa de
Sigmund Freud, vol. XIV; Ed. Imago, R.J.).
Também está presente no ciúme paranóico, onde a pessoa defende-se dos
próprios desejos de infidelidade projetando-os no conjuge; na mitologia
e no animismo, onde projetam-se na natureza as qualidades e paixões
humanas.
Projeção e introjeção têm um papel
fundamental na constituição da separação entre o sujeito (ego) e o
objeto (mundo exterior): A pessoa “... assume no seu ego os objetos que
se lhe apresentam na medida em que são fonte de prazer, introjeta-os
(segundo expressão de Ferenczi) e, por outro lado, expulsa de si o que
no seu próprio íntimo é ocasião de desprazer (mecanismo de projeção)” (Instintos
e suas vicissitudes in Edição Standard da Obra Psicológica
Completa de Sigmund Freud, vol. XIV; Ed. Imago, R.J.).
Clínica
É
considerado como sendo um mecanismo de
defesa primitivo e seu uso excessivo implica em um importante
empobrecimento e enfraquecimento egóico.
|