Definição
Mecanismo de defesa do ego
caracterizado pela retração emocional. A dificuldade de expressar sentimentos
decorre
da incapacidade de
elaborar a experiência.
História
O empobrecimento afetivo
foi observado inicialmente em pacientes psicóticos, marcadamente na esquizofrenia
onde por vezes observa-se o grau extremo de embotamento de toda sensibilidade afetiva
que atinge toda a
linguagem corporal (a mímica, a postura, a atitude, os gestos
etc.). A observação mais acurada dos pacientes
psicossomáticos revelou a existência
de diferentes níveis de embotamento afetivo. Peter Sifneos cunhou o termo
alexitimia
(a=não; lexis=palavra; thymós=emoção) para designar a dificuldade de expressar sentimentos
que ele
observou nesses pacientes e, nessa mesma linha de estudo, Pierre Marty observou
um tipo de funcionamento
mental pobre em fantasia também nesses pacientes, que chamou
de pensamento operatório.
Clínica
O embotamento afetivo se
apresenta em diferentes níveis e é observado em diferentes tipos de pacientes. Pode
variar da incapacidade de perceber determinado sentimento relacionado com uma experiência
até a abolição de
toda a afetividade e não é específico de nenhum tipo de doença.
É um mecanismo de defesa comum em pessoas
que vivenciaram tragédias ou
experiências
traumáticas muito intensas.
Curiosamente, no diálogo
com pacientes com essa dificuldade pode acontecer do interlocutor sentir o que o
paciente está incapaz de experimentar.
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