Definição
O
termo vem do grego symbíosis e significa vida em comum com os
outros.
É
usado na Biologia para descrever a associação entre dois organismos, na
qual ambos recebem benefícios, ainda que em proporções diversas (Novo
Dicionário da lingua Portuguesa, Ed. Nova Fronteira, 2ª edição,
R.J., 1986).
Na
Psicanálise é usado para descrever a condição psicológica em que ocorre
uma associação entre duas mentes, podendo ou não haver benefícios.
Histórico
O
termo foi introduzido na Psicanálise em 1949 por Alice Balint (“Love for
mother and mother-love” in International Journal of Psychoanalysis,
30:251-259) e desenvolvido por Therese Benedek (“The Pshychosomatic
implications of the primary unit” in American Journal of
Orthopsychiatry, 19:652-654, [1949]) para chamar a atenção sobre uma
peculiaridade das relações interpessoais, que é a necessidade que cada
um tem do outro e as diferentes gratificações que um proporciona ao
outro e dele obtém.
Posteriormente, o termo foi utilizado também por outros autores, mas
sempre para descrever um estado de interdependência psicológica, por
vezes descrita como fusão, entre duas pessoas e com importantes
implicações no processo de separação-individuação.
Clínica
Algum
nível de simbiose faz parte da relação inicial entre a mãe e seu bebê
e contribui para o desenvolvimento inicial da mente infantil. Segundo
Jacques Lacan (1901-1981), o cerne da função paterna é justamente a
interrupção, por ele chamada de interdição, deste tipo de vínculo entre a mãe e seu
bebê, para que a indentidade da criança possa começar a se estabelecer.
O
processo de separação-individuação é sempre perturbado quando este tipo
de vínculo é mantido além da etapa inicial do desenvolvimento. Abram
Eksterman considera as doenças psicossomáticas e as psicoses funcionais
como expressões da ocorrência de patologia nos
vínculos básicos, sendo a
permanência da simbiose um exemplo.
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