Lembranças encobridoras
 

1- Definição
São lembranças infantis muito nítidas e cujo conteúdo é, aparentemente, insignificante.

2- Histórico
Desde muito cedo em sua pesquisa, uma característica da memória chamou a atenção de Freud. Observa-se com freqüência a existência de recordações de fatos quase irrelevantes da infância e a quase ausência de registro de ocorrências significativas também da infância. Em 1899 Freud escreveu um artigo no qual chamou de Lembranças Encobridoras (Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol. III; Ed. Imago, R.J.) estes registros muito nítidos de fatos aparentemente irrelevantes, os quais, quando analisados, revelam experiências reprimidas da infância. Retomou ao tema no capítulo IV do seu livro A Psicopatologia da Vida Cotidiana (Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol. VI; Ed. Imago, R.J.).
Como condensam grande quantidade de elementos infantis, reais e fantasmáticos, é grande a importância destas lembranças para a comprensão histórica e psicodinâmica dos pacientes.

3- Clínica
Clínicamente, qualquer lembrança, até a de eventos traumáticos, pode desempenhar o papel defensivo de encobrir material inconsciente.
Psicodinâmicamente, estas lembranças são formações de compromisso como o são os atos falhos, os lapsos e os sintomas.
O mecanismo de defesa presente nas lembranças encobridoras é o deslocamento.

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