Uma mulher de 54 anos, viúva e sem filhos, criada apenas pelo pai e portadora de
má-formação congênita em membro inferior, em tratamento ambulatorial para
dermatite atópica, condição que apresenta desde criança, foi encaminhada para
acompanhamento psicológico em virtude do surgimento de intenso prurido, em
pescoço e coxas, ao suspender, a pedido médico, o uso da medicação dermatológica
que vinha usando a pedido. A paciente estava em viagem de lazer quando
apresentou a sintomatologia descrita.
A partir da possível relação entre o surgimento da sintomatologia apresentada
pela paciente e a perda do espaço de segurança em decorrência da
interrupção da medicação durante período de afastamento da equipe assistêncial.
Em seguida, discutiu-se a possibilidade da existência de
patologia diádica ter contribuído na gênese da reação dermatológica da paciente.
Finalizando a reunião, foi sugerido que o acompanhamento ambulatorial tenha como
foco inicial a criação de um espaço de segurança para a
elaboração
de possíveis impasses existenciais, associados à carência diádica e ao estigma
da paciente, que estejam atuando como agentes estressores.
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