Um homem de quase
quarenta anos, solteiro, usuário de bebidas alcoólicas há vários anos, foi
internado por apresentar edema nos membros
inferiores e na face. Os exames revelaram uma
insuficiência cardíaca acompanhada
por cardiomegalia. O paciente estava sempre de bom humor na enfermaria e sempre
disponível para conversar, mas evitou qualquer assunto mais pessoal e seu relato
foi sempre objetivo e superficial. Negou qualquer tipo de problema ou de
dificuldade em sua vida pessoal e apesar de beber diariamente disse não ser
dependente da bebida. Contou que seu pai, também usuário de bebidas alcoólicas,
morreu por problemas cardíacos quando estava com a idade atual do paciente.
O paciente recebeu alta para dar
continuidade ao seu tratamento em regime ambulatorial após ter sido
reequilibrado hemodinamicamente.
A discussão foi iniciada pelos aspectos
psicodinâmicos do paciente: a
identificação mórbida com o pai, a
negação da doença e o uso de
defesas maníacas contra as tendências
suicidas constituindo o que Eksterman denominou de
síndrome de eutanásia.
Encerrando a reunião, foram discutidas algumas possibilidades de abordagem da
tendência suicida do paciente.
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