Um homem de pouco
mais de cinquenta anos, encaminhado ao ambulatório de Psicologia Médica com o
diagnóstico de depressão e que não deu início ao tratamento, voltou a procurar
atendimento com a mesma terapeuta, desta vez com queixas de sofrer de síndrome
do pânico, apatia, intensa preocupação em relação ao seu futuro e episódios de
ansiedade de cunho hipocondríaco.
Alegou que problemas no trabalho o impediram de comparecer as sessões como se
estivesse em tratamento embora não o tivesse iniciado. Seu relato sobre os
problemas que teriam impedido seu comparecimento foi ambíguo: ora dizia-se
sobrecarregado ora dava a impressão de que estava envolvido em problemas legais.
Também foi ambíguo ao falar de sua situação profissional e de seus problemas
familiares. Por apresentar um discurso que parecia previamente arranjado deu a
impressão de não estar sendo sincero em relação aos seus objetivos com o
tratamento e simulando suas queixas. O
paciente continua em tratamento.
Dando-se continuidade ao que foi
previamente discutido em 02.05.2013, examinaram-se as
dificuldades na construção do diálogo clínico.
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