Uma mulher jovem, de pouco mais de vinte anos, casada, em tratamento de
cefaleia cervicogênica, foi encaminhada
para acompanhamento pela Psicologia Médica. A paciente relatou ter
sido uma criança agitada e impulsiva, com episódios de desmaio, de
agressividade heterodirigida e de “pensamentos e desejos tenebrosos”
desde a infância. Por conta disso, foi vítima de maus tratos em casa e
atualmente é vítima de maus tratos pelo marido.
Inicialmente, discutiu-se o possível comprometimento neurológico e psiquiátrico
da paciente. Em seguida, abordou-se o comprometimento social. As evidências de
comprometimento orgânico, social e psicológico na paciente suscitou um debate
sobre a complexidade de um tratamento transdisciplinar e a necessidade de
preparo institucional para se acompanhar esse tipo de paciente.
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