Um
homem de quase setenta anos, emagrecido, casado, com
filhos e netos, foi internado para investigação de fortes dores lombares há
muitos anos. Relatou perda ponderal de quase dez quilos em dois meses. Há dez
anos fez cirurgia para desobstrução urinária devido a hiperplasia benigna de
próstata. Seu pai faleceu de
câncer de
próstata há muitos anos. Nas consultas com o membro da equipe de
Psicologia Médica
associada à enfermaria, o paciente mostrou-se resignado diante da possibilidade
de estar com a mesma doença do pai e já perto do final da própria vida. Paciente
encontra-se em processo de investigação diagnóstica.
A discussão foi iniciada com a lembrança do trabalho com doentes terminais
relatado por Elizabeth Klüber-Ross em seu livro “A Morte e o Morrer”. Em
seguida, a importância do atendimento familiar foi ressaltada, principalmente no
aspecto preventivo do
luto patológico.
Finalmente, foi assinalada a possibilidade de
identificação mórbida do paciente
com o pai e a importância psicoterapêutica de se diminuir a este tipo de
identificação.
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