Um homem de quase oitenta
anos foi internado para investigação diagnóstica e tratamento de icterícia e desconforto
pós-prandial, sintomas iniciados há poucos meses. O exame físico de internação revelou
a existência de uma massa abdominal de tamanho significativo
e a hipótese diagnóstica inicial, confirmada mais tarde, foi de
câncer de pâncreas. O acompanhamento da Psicologia
Médica foi
solicitado tanto pela enfermagem quanto pela equipe médica, tal o nível de mobilização
desencadeado pela gravidade da situação e pela dificuldade em comunicar o diagnóstico
ao paciente. As medidas cirúrgicas paliativas para o desconforto pós-prandial e
para diminuir a icterícia foram realizadas e o paciente recebeu alta. O paciente
faleceu em sua residência uma semana após a alta.
Tratando-se de um caso terminal, foram discutidos alguns
aspectos do acompanhamento psicológico desses pacientes, principalmente o impacto
emocional desse tipo de situação assistencial tanto na própria equipe como também
na família, além do paciente. No caso apresentado, a indicação para o atendimento familiar se baseava em indícios de instalação de
luto patológico em um dos familiares enquanto que a indicação para o atendimento
à equipe estava em ajudá-la a lidar melhor com a morte de pacientes.