Um homem de
pouco mais de trinta anos, solteiro, foi encaminhado para tratamento ambulatorial
por sofrer de cefaleia crônica há muitos anos, intensificada há poucos meses com
ansiedade, insônia e desatenção. Na época, sua namorada começou a pressioná-lo
a casar. Vivendo ainda com os pais, sem nunca ter trabalhado, apesar de possuir
um diploma de curso superior, sente-se um fracassado, incapaz de assumir um compromisso,
o que o envergonha e o deixa furioso. Como também não consegue terminar o namoro,
sente-se aprisionado em um impasse e a ponto de explodir ou de fazer alguma besteira
com ele mesmo ou com qualquer outra pessoa.
A partir do consenso de que
este paciente, como muitas pessoas que sofrem de
sintomas funcionais, apresenta
uma incompetência
egoica para lidar com os desafios da própria vida, debateu-se,
inicialmente, sobre as relações entre fragilidade do ego e o desenvolvimento de
estresse crônico. Na parte final da reunião, discutiu-se as possíveis estratégias terapêuticas
para o tratamento deste paciente, que também apresenta sinais de intensa
agressividade, auto e hetero dirigida.