Uma mulher de pouco mais de quarenta anos, casada e com
filhos, foi encaminhada para atendimento psicológico em virtude de apresentar um
quadro de tremores disseminados pelo corpo e dificuldade de caminhar após fazer
uso de algum tipo de anestésico. O quadro se iniciou na infância, durante a sua
primeira extração dentária, e se intensificou há poucos meses, coincidentemente
com o desencadeamento do processo de separação conjugal há anos desejado por ela
própria.
A discussão do caso se iniciou pelo diagnóstico diferencial entre um quadro histérico
e uma síndrome neurológica motora. Uma vez estabelecido o
diagnóstico de histeria,
passou-se ao debate sobre as possíveis estratégias de abordagem do conflito entre
o desejo de se separar e a interdição do mesmo, base da exacerbação da sintomatologia
histriônica, cuja origem ainda não foi evidenciada.
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