Resumo da Reunião Clínica
 

Uma mulher de quase cinquenta anos, casada e sem filhos, foi internada para investigar as crises convulsivas que teria sofrido durante uma internação ocorrida há alguns meses em decorrência de tonteiras, náuseas e vômitos. A paciente pouco lembra desse período, mas relata ter se surpreendido um dia ao acordar e notar estar amarrada ao leito e com a aparência de “estar possuída por uma coisa ruim”. Os exames complementares afastaram a hipótese de epilepsia. Inicialmente, a paciente negou qualquer tipo de problema emocional, afirmando que seu marido era maravilhoso e sua vida muito boa. Aos poucos, começou a falar sobre o fato de ser casada com um alcoólatra, ter tido pai e padrasto alcoólatras e um irmão que se suicidou há poucos anos. A paciente recebeu alta hospitalar com encaminhamento para tratamento ambulatorial com a Psicologia Médica.

Discutiu-se, inicialmente, o diagnóstico diferencial entre crises epilépticas e crises convulsivas desencadeadas por crises emocionais. Em seguida, abordou-se a psicodinâmica da paciente, e várias hipóteses foram levantadas quanto aos dramas e conflitos que estariam sendo mantidos longe da consciência através do uso da defesa maníaca.