Resumo da Reunião Clínica |
Uma mulher de pouco mais de vinte anos, solteira, foi encaminhada para acompanhamento ambulatorial por apresentar um quadro clínico formado por irritabilidade, agressividade e ansiedade. A paciente disse que sempre foi uma pessoa expansiva, de falar alto, gritar, se vingar e agressiva; detesta ser criticada, acha que está sempre certa e, desde pequena, gosta de enfrentar e humilhar as pessoas, a começar pelo próprio pai, que era alcoólatra e agredia a mãe. Nunca entendeu porque a mãe se submetia ao pai e ficou muito feliz quando este saiu de casa. No início da adolescência foi viver com o líder do tráfico de uma comunidade e só voltou para casa depois de fazer um acordo com o pai para este sair de casa. Relatou ainda que em alguns momentos pensa que seria melhor que ela própria não existisse. A paciente continua em tratamento. A terapeuta tem notado que sai das sessões sentindo-se muito cansada. Partindo-se da compreensão de que a ansiedade é um sinal da existência de algum tipo de conflito interno, procedeu-se, inicialmente, ao exame do tipo de conflito que a paciente estaria vivendo. A compreensão psicodinâmica de que a paciente introjetou os pais, que continuam a briga dentro dela, fazendo com que ela funcione a partir desses objetos internos, num funcionamento tipicamente superegóico, foi unânime. Em seguida, foram feitas algumas considerações sobre os tipos mais comuns de patologia dos vínculos básicos que propiciam essa dinâmica mental e, finalmente, discutiu-se os efeitos contratransferenciais presentes nesse tratamento. |