Resumo da Reunião Clínica
 

Um mulher de pouco mais de vinte anos, de aparência infantil, mãe solteira de uma criança de quase 2 anos e com 5 irmãos de pais diferentes, o caçula ainda um bebê, foi reinternada na vigência de nova crise de fraqueza muscular acompanhada por alterações sensitivas pelo corpo. É portadora de um tipo raro de polirradiculoneuropatia crônica, cujos primeiros sintomas foram dores pelo corpo e a gradativa deformação dos pés (“pés cavos”) no início da adolescência. Na época já havia abandonado os estudos por não conseguir aprender e desde os 12 anos vagava sem rumo, morando com diferentes familiares. Por volta dos 15 anos passou a acompanhar a mãe pelos bares e a prostituir-se para se sustentar. A primeira internação aconteceu poucos meses depois de ter seu filho, fruto de um relacionamento tumultuado com um homem drogado e violento. Por não se sentir em condições de cuidar do filho, ele é criado por uma conhecida. Acabou se envolvendo com bandidos, a segunda internação ocorreu há 2 anos e a atual se deveu a falta de uso da medicação. Seu quadro clínico melhorou em pouco tempo com o uso regular da medicação e a paciente recebeu alta para acompanhamento ambulatorial.

Em face da complexidade do caso, com graves comprometimentos nas esferas social, psicológica e psiquiátrica, inclusive com intercorrências policial e judicial, a discussão se deteve em definir qual seria a prioridade assistencial no atendimento ambulatorial da paciente.