Resumo da Reunião Clínica |
Uma mulher de pouco mais de 40 anos, de aparência descuidada,
mãe de dois filhos e divorciada, foi encaminhada pelo médico assistente para tratamento
ambulatorial pela Psicologia Médica por ser
diabética,
hipertensa, ter obesidade
mórbida e não seguir nenhum tratamento de forma regular. Nascida no interior, é
a caçula de vários filhos e seu pai é falecido há vários anos. Em pequena ajudava
o pai na roça e foi alfabetizada já bem crescida. Mudou-se para a capital após a
perda do pai e engravidou no seu primeiro namoro
com um rapaz mais jovem, com quem
viveu 6 anos e teve seus filhos. Sempre foi muito quieta e boazinha, desde a infância.
Nunca deu trabalho e nem importunou ninguém. Nunca chateou o marido porque nunca
se importou com o fato de ele sair para se divertir sozinho. Pelo contrário, preparava
a roupa para ele poder sair satisfeito. O marido saiu de casa repentinamente e nunca
mais teve contato nem com ela e nem com os filhos. Não menstrua desde a separação,
há mais de 10 anos. A diabete e a hipertensão também surgiram logo após a separação.
Desde então vive com os filhos na casa da irmã fazendo todo o serviço doméstico
e é sustentada por ela. Começou a engordar mais recentemente e atualmente pesa cerca
de 120 kg. Acredita que seus problemas de saúde (diabete e hipertensão) vão melhorar
quando emagrecer, mas nunca fez nenhum movimento com esse fim. Já iniciou vários
tratamentos em diferentes hospitais. A paciente deixou de comparecer às consultas
semanais de maneira repentina e inesperada. Ao ser procurada pela terapeuta disse
estar frequentando outro hospital, pois estava preparando uma surpresa: iria voltar
depois de ter emagrecido. De fato, a paciente voltou ao tratamento depois de perder
25 kg, mas voltou a interrompê-lo repentinamente para mudar-se para a casa de um
irmão no interior ao saber que seu filho caçula estava fumando maconha. |