Resumo da Reunião Clínica |
Uma mulher de quase quarenta
anos, de aparência descuidada, separada, mãe de três filhos, sendo o caçula ainda
bebê, foi internada com um quadro clínico iniciado há dois meses de forte cefaléia,
paresia dos membros inferiores e amaurose bilateral com estrabismo no olho esquerdo,
e edema da papila, diagnosticado como decorrente
de uma
hipertensão intracraniana idiopática. Apresentava também uma sensação
de opressão no pescoço, que era referida como uma coleira que apertava conforme
seu estado emocional, e um movimento peculiar e estereotipado das mãos, como se
estivesse segurando uma bola. Filha mais velha de pais separados devido ao uso abusivo
de bebidas alcoólicas e ao comportamento promíscuo da mãe, que acabou tendo mais
dois filhos de homens diferentes, saiu de casa ainda adolescente quando a mãe engravidou
pela terceira vez “porque já tinha criado um e não queria criar mais nenhum filho
da mãe”. Nessa época fez duas sérias tentativas de suicídio. Casou-se com seu primeiro
namorado, de quem se separou dez anos depois e com dois filhos “para não mais apanhar”.
Há mais ou menos dois anos teve um filho do seu namorado na época. Cria os filhos
sem ajuda trabalhando no período noturno para poder cuidar melhor deles. Durante
a internação seu estado de ânimo foi apresentado melhora, a
ansiedade e a
depressão diminuíram, a sensação de opressão no pescoço desapareceu e os movimento
estereotipados das mãos diminuíram acentuadamente. Recebeu visitas dos familiares,
inclusive da mãe, com quem não falava há vários anos. Como a hipertensão intracraniana
e a consequente amaurose não responderam ao tratamento medicamentoso, a cirurgia
para colocação de uma derivação foi indicada. A paciente está aguardando a cirurgia. |