Resumo da Reunião Clínica |
Uma senhora de quase setenta anos, oriunda do interior
de um estado nordestino, solteira e sem filhos, foi internada por apresentar reações
cutâneas decorrentes de farmacodermia.
Filha preferida do pai entre dezesseis
filhos, sente-se triste desde seus dezesseis anos. Aos vinte foi levada à capital
para tratamento de crises de choro acompanhadas de dores abdominais e vômitos. Desde
então usa medicação ansiolítica e antidepressiva com remissão parcial e intermitente
dos sintomas. Há nove anos perdeu o pai e ainda não se sente conformada com a perda
do “grande amor da sua vida”. Há quatro anos vem apresentando pequenas lesões pruriginosas
na pele, inicialmente na face e depois nos membros. Atualmente apresenta descamação
e prurido nas mãos, pés e couro cabeludo. A própria paciente diz que o surgimento
das lesões tem relação com o seu estado emocional, mas não entende o porquê. A paciente
teve seis atendimentos psicológicos nos quais se mostrou, inicialmente, ansiosa,
pessimista e constantemente ameaçada
pela presença da morte. Saiu
de alta menos ansiosa, mais animada com a vida e sentindo-se menos ameaçada pela
morte. |