Resumo da Reunião Clínica |
Uma mulher de quase sessenta anos, aparentando ter mais idade e divorciada, foi internada com um quadro agudo de dor abdominal na região epigástrica, com início há vários meses e que, sem acompanhamento médico regular, vinha se automedicando com antiinflamatórios devido a uma dor ciática. Estava muito contrariada no dia de sua internação por ter sido trazida enganada, pois seus filhos sabiam que ela não aceitaria internar-se. Achava que deveria ter ido apenas a uma emergência para ser medicada e voltar para casa, como já tinha feito várias vezes. Sentia-se muito incomodada com a situação de depender do cuidado de outras pessoas e, além disso, disse detestar hospital desde a época em que foi obrigada a acompanhar um tio que faleceu de AIDS. Sentindo-se menos ameaçada, na sessão subsequente contou sobre a traição do marido que a levou a se separar e disse ter uma grande preocupação com dois de seus filhos, os quais vivem fazendo besteira na vida, apesar de sua ajuda e dedicação. A paciente recebeu alta para dar continuidade ao tratamento ambulatorialmente logo após a endoscopia ter revelado uma gastrite erosiva, provavelmente por uso abusivo de medicação antiinflamatória, sem sinais de malignidade.
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