Resumo de Reunião Clínica
 

Uma mulher de mais de oitenta anos, viúva e mãe de três filhos, foi internada para investigação de uma forte dor intermitente em uma de suas pernas. O atendimento da Psicologia Médica foi solicitado após os exames não evidenciarem nenhuma patologia que justificasse a sintomatologia referida pela paciente. Durante o acompanhamento, a paciente contou que perdeu o marido há pouco mais de dez anos e o filho mais velho pouco depois. Tanto o marido quanto o filho tiveram problemas de má circulação sanguínea, e a paciente acha que este é também o seu problema. O marido morreu de infarto do miocárdio e o filho precisou amputar uma das pernas pouco antes de morrer. A paciente teve dificuldade em falar sobre a morte do filho no primeiro atendimento, mas logo após a paciente deixou de sentir as dores e saiu de alta para dar continuidade ao tratamento em regime ambulatorial.

A discussão se iniciou pelo exame do quadro psicodinâmico apresentado pela paciente: a identificação com o filho morto caracterizando um quadro de luto patológico. Em seguida, falou-se sobre a necessidade de se dar continuidade, no ambulatório, ao acompanhamento iniciado pela Psicologia Médica e discutiu-se com profundidade como realizar o objetivo de ajudar a paciente a elaborar suas perdas e a importância do estabelecimento do vínculo terapêutico para a criação do espaço de segurança dentro do qual a o processo de transformação psíquica se dá.

retorna