Resumo de Reunião Clínica
 

Uma mulher de pouco mais de trinta anos foi internada para tratamento cirúrgico de um angioma cavernoso cerebral. Perdeu o pai aos três anos, atropelado por um caminhão, e a mãe, alcoólatra, morreu de cirrose hepática, quando a paciente estava com sete anos de idade. Foi morar com uma avó e esta a mandou para a casa de um tio quando a paciente começou a apresentar crises epileptiformes do tipo grande mal e de ausência. O tio também a expulsou de casa e ela passou a viver com diferentes parentes até acabar morando na rua. Já esteve internada em hospital psiquiátrico para tratamento de epilepsia e há pouco mais de cinco anos uma mulher se aproximou se ofereceu para cuidar dela. Desde então vive na casa desta mulher, que foi quem a trouxe para a internação. Logo após iniciado o acompanhamento psicológico, a paciente começou a apresentar episódios de agressividade. O acompanhamento foi interrompido, a paciente foi psiquiatricamente medicada e a cirurgia foi adiada para ela se submeter primeiro a um tratamento psiquiátrico para controlar os episódios agressivos.

Discutiu-se inicialmente a dificuldade da equipe lidar com pacientes que apresentam distúrbios de comportamento, principalmente quando do tipo agressivo. Em seguida, abordou-se o diagnóstico diferencial entre sintomas comiciais, histéricos e psicóticos. Finalmente, o tema da construção e da especificidade do vínculo terapêutico foi debatido com profundidade.

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