Resumo de Reunião Clínica |
Uma mulher de pouco mais
de cinqüenta anos foi internada com um quadro grave hipertensão arterial,
já com comprometimento ocular e renal. Veio proveniente de outro hospital aonde
vinha fazendo acompanhamento ambulatorial há dez anos e era considerada refratária
às medicações, pois seu quadro clínico vinha piorando ao longo do tratamento: nos
últimos cinco anos sofreu três infartos do miocárdio e um acidente vascular cerebral.
Ao ser internada, sua PA estava em 290x140 mmHg, foi medicada de emergência e apresentou
uma queda abrupta da pressão arterial com certo risco de vida, o que levou a equipe
a suspeitar que a paciente não vinha fazendo uso da medicação que lhe era prescrita
no outro hospital. Em seguida, foi abordada a indução iatrogênica exercida pela paciente nas equipes do primeiro hospital, onde estava sendo considerada fora de possibilidades terapêuticas por nunca ter informado não usar a medicação, e também da enfermaria da Santa Casa, aonde quase conseguiu fazer a equipe médica causar a sua morte ao não informar que não estava usando medicação. Este tipo de indução iatrogênica por parte do paciente foi chamada de Síndrome de Eutanásia por Abram Eksterman. Neste caso em discussão, o quadro psicodinâmico (LINK)era mobilizado por uma culpa inconsciente relacionada a impulsos edípicos não elaborados pela paciente em relação ao filho casado e que se expressavam através do conflito da paciente, O trabalho desenvolvido pela Psicologia Médica possibilitou ampliação da consciência de doença da paciente e a
adesão
dela ao tratamento. |