Resumo de Reunião Clínica |
Uma mulher de quase trinta anos, portadora de febre reumática desde os nove anos sem nunca ter feito tratamento de forma regular, foi internada por descompensação cardíaca devido à insuficiência valvar. Para ter uma sobrevida mais longa precisa trocar duas das quatro válvulas cardíacas. Mãe solteira desde os dezesseis anos, com uma relação difícil com sua mãe e irmãs, começou a engordar após o parto e hoje sofre de obesidade mórbida. Apesar de inúmeros tratamentos, nunca conseguiu emagrecer e agora precisa perder peso para poder ser operada e sobreviver. Inicialmente indisposta com sua médica, a quem considerava dura e grossa e com medo de morrer na cirurgia, com o acompanhamento psicológico a relação com a médica melhorou, a paciente aderiu ao tratamento e conseguiu perder vinte dos cento e quarenta e sete quilos que pesava. Cardiologicamente compensada e um pouco mais magra, recebeu alta para continuar a dieta em casa e assim poder ser operada.
Diante
da gravidade, orgânica e mental, do caso, discutiu-se que o caminho para se alcançar
o objetivo de inserir esta paciente no campo terapêutico passa pela melhora do vínculo
da paciente com a equipe, uma maior consciência da doença,
elaboração das
fantasias autodestrutivas que a impedem de seguir um tratamento corretamente
e diminuição do lucro secundário que a paciente tem com sua doença e que envolvem a auto-estima
e as relações sociais da paciente.
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