Resumo de Reunião Clínica |
Um homem de pouco mais de trinta anos, casado e pai de uma filha pequena, reinternou-se para complementação da retirada cirúrgica de um tumor benigno de hipófise. Órfão de pai há dois anos, e filho único de seus pais, cresceucom mais irmãos por parte de mãe por conta da separação conjugal dos pais quando ainda criança. Relatou uma relação difícil com os familiares. Sente-se rejeitado e maltratado por eles. Acha que a mãe tem nítida preferência por seus irmãos e, mesmo podendo, não o ajuda em nada, nem neste momento de doença. Atribui à inveja de sua capacidade de criar condições de ganhar dinheiro o fato dos irmãos o tratarem mal e mostrou-se revoltado por não receber visita dos familiares. Tenta considerar como sua família apenas a esposa e a filha. Apesar do comportamento dos familiares, está sempre pronto a ajudá-los, o que faz com freqüência e reclamando da falta de reconhecimento deles. Entremeado com suas ansiedades em relação à cirurgia (medo de morrer ou de ficar inválido), revelou sentir-se perseguido e com medo de sofrer algum tipo de violência por parte de um grupo de conhecidos do local onde mora. Chegou a mencionar que colocaram policiais à paisana para vigiá-lo, inclusive na enfermaria.
O paciente foi operado com sucesso e recebeu alta poucos dias depois da cirurgia,
cujo pós-operatório foi marcado por fortes dores de cabeça.
A
discussão do caso iniciou-se pelos problemas institucionais referentes ao relacionamento entre
as equipes Médica e de Psicologia Médica que interferem na evolução do tratamento,
às vezes até no prognóstico, e o papel |