Resumo de Reunião Clínica |
Uma senhora de quase 70 anos foi internada com um quadro de ascite. Veio proveniente de outro hospital com o diagnóstico de cirrose hepática, que não foi confirmado pelos exames realizados na enfermaria. Foi, então, iniciada pesquisa para tuberculose peritoneal e neoplasia, abdominal ou pélvica, no meio da qual a paciente foi retirada do hospital por uma das filhas mediante a assinatura de um termo de responsabilidade. Nos atendimentos feitos pelo membro da equipe de Psicologia Médica associada à enfermaria ficou evidente a ansiedade, da paciente e de suas filhas, em relação ao fato do diagnóstico de cirrose hepática não ter sido confirmado. Esse pareceu ter sido o motivo pelo qual a paciente foi retirada do hospital antes de ter sido concluída a pesquisa diagnóstica.
O tema da discussão foi a ansiedade
relacionada ao diagnóstico. Abordou-se,
inicialmente, a ansiedade da equipe médica em consolidar o diagnóstico e seus reflexos,
sempre prejudiciais, para a relação da equipe com o paciente.
Em seguida, discutiu-se
a ansiedade, em pacientes e familiares, relacionada com o recebimento do diagnóstico.
Foi apontado que essa ansiedade está, geralmente, relacionada a fantasias,
na maior parte das vezes terríficas, que paciente e/ou familiares têm em relação
à doença, o que reforça a importância do processo de
elaboração do diagnóstico
a ser conduzido pela equipe assistencial. No caso em discussão, a paciente e suas
filhas recusavam
a realidade do diagnóstico não ser cirrose hepática, e existia
um importante grau de ambivalência na relação delas, não tendo sido possível o trabalho
de elaboração.
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