Resumo de Reunião Clínica
 

Uma mulher de quase vinte e cinco anos internou-se com um quadro grave de psoríase acompanhado de artrite psoriásica. Separada e mãe de um filho pequeno, relatou uma história de vida marcada por perdas significativas. Seu pai morreu em seus braços quando com nove anos e a mãe, pouco mais de um anos depois. Desejosa de ter logo uma família acabou engravidando aos catorze anos, mas a criança nasceu com graves problemas respiratórios e faleceu com dois dias de nascida. Sua doença surgiu há dois anos, no bojo de uma crise conjugal que culminou em separação, e teve uma rápida e grave evolução, tendo a paciente se internado com o corpo quase todo tomado de feridas e com deformidades artríticas nas mãos. Apesar de tudo isso, a paciente estabeleceu uma boa relação com a equipe, participando ativamente do tratamento; aproveitou as consultas com sua psicóloga para rever aspectos importantes de sua vida e de sua maneira de ser. Ao voltar ao hospital para iniciar seu acompanhamento ambulatorial, dermatológico e psicológico, apresentava remissão da sintomatologia cutânea.

A discussão girou em torno da concepção psicossomática sobre a patogenia. Inicialmente, historiou-se a evolução desde as primeiras tentativas de compreensão da relação mente-corpo no desenvolvimento das doenças, que tentavam relacionar o desenvolvimento das afecções com dificuldades na área da simbolização até a atual, que coloca o desenvolvimento das moléstias em relação com os mecanismos de estresse. O papel do estresse gerado por conflitos psíquicos na eclosão de doenças dentro de situações de crise na vida desencadeando vulnerabilidades orgânicas foi amplamente discutido.

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