Uma
mulher de pouco mais de 40
anos, casada
e mãe de 2 filhas, internou-se para submeter-se à retirada de um osteoma na
região frontal. Na
época de sua
menarca apresentou alguns desmaios
que desapareceram
com
uso de medicação após
ter sido diagnosticada como
portadora de
disritmia cerebral. Os
desmaios reapareceram na época do seu casamento e voltaram a sumir algum tempo depois. Poucos anos mais tarde notou um pequeno caroço em sua testa, mas não deu muita importância na época. Com o crescimento
do mesmo procurou
assistência
médica e a
cirurgia
foi indicada depois
que
as dores de
cabeça
se tornaram muito
fortes
e freqüentes. A
paciente
tinha uma
fantasia
de que
o caroço
em
sua testa
estava relacionado a uma queda
que
sofrera em
sua
infância e que,
inconscientemente, responsabilizava
sua mãe.
Pessoa muito
simples,
sorridente e brincalhona, a paciente
mostrou-se
muito interessada pelo
atendimento da Psicologia Médica. Falava, sempre
positivamente, de
quase
tudo: do seu
passado, do seu
casamento, da relação
com suas
filhas, menos dos
temas
relacionados à sua
doença
e cirurgia. Suas queixas,
repetidas algumas vezes, estavam relacionadas à
educação
que recebeu de sua mãe. Evitava falar de
sua doença e futura cirurgia, e reagia mal quando esses assuntos eram
abordados pela psicóloga que a estava atendendo. Desenvolveu um
interesse
pessoal e erotizado pela psicóloga que a
estava atendendo.
A parte inicial da
discussão do caso foi dedicada aos aspectos técnicos do diálogo
terapêutico e aos objetivos do mesmo
em Psicologia Médica. Em seguida, discutiu-se o aspecto defensivo do
vínculo erótico que a
paciente construiu com sua terapeuta, e que também era utilizado com o
pai, com o marido e com as filhas. |