Uma
mulher
de
quase
50
anos,
casada
e
com
um
filho
adotivo,
internou-se numa
crise
aguda
de
esclerose
múltipla,
doença
que
já
vinha
tratando
em
outro
hospital
há
um
certo
tempo.
Sua
doença, de
prognóstico
reservado,
já
estava
em
um
estágio
bastante
avançado:
nesta
crise
perdeu o
movimento
dos
quatro
membros
e o
controle
esfincteriano; de
fraldas,
estava
completamente
imóvel
em
seu
leito,
dependendo da
enfermagem
para
qualquer
ato
de
vida,
com
dificuldades
em
articular
as
palavras
(disartria),
mas
mantinha-se
lúcida.
Contou
que
fora
criada
no
interior,
tendo vindo
para o
Rio
trabalhar
como
empregada
doméstica.
Aqui
construiu
sua
vida
com
a
ajuda
de
um
companheiro
muito
carinhoso
e
atencioso.
Por
não
poderem
ter
filhos,
o
casal
adotou
um
bebê,
hoje
um
menino
em
plena
adolescência,
bastante
rebelde
e dominado
pela
idéia
de
conhecer
seus
pais
biológicos.
Além
de
muito
assustada
com
a
evolução
da
sua
doença, a
paciente
também
estava
muito
aflita
com
a possibilidade de
vir a
perder
seu
filho
e
seu
marido.
Discutiu-se
ampla
e
profundamente
que
a
ação e o
objetivo
da
Psicologia
Médica nestes
casos,
onde
o
paciente
assiste o desmonoramento do
seu
funcionamento
corporal
com
algum
nível de
consciência, estariam
diretamente
relacionados e
dependentes
da
correta
avaliação da
capacidade
cognitiva e
emocional
da
paciente.
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