Um
homem
de
quase
50
anos
foi internado
devido
a
um
quadro
clínico
constituído
por
fortes
dores
abdominais
acompanhadas de
diarréia
e
iniciado
há 6 meses.
Durante
seu
longo
período
de
internação,
os
exames
complementares
confirmaram a
suspeita
inicial
de
tumor
maligno
de
cólon.
O
paciente
foi
operado
com
sucesso
e saiu de
alta
razoavelmente adaptado à colostomia.
O
tema
que
esteve
presente
em
quase
todos
atendimentos
feitos
pelo
membro
da
equipe
de
Psicologia
Médica
associada
à
enfermaria
foi o da
morte.
Além
disso,
tudo
relacionado
com
a
doença
(sintomas,
exames,
procedimentos etc)
era
vivido
como
purgação de
culpas
por
más
ações
cometidas ao
longo
de
sua
vida,
incluindo algumas
mortes.
Apesar
disso,
não
se sentia uma má
pessoa
e
sim
um
justiceiro.
Criado
por
um
pai
muito
violento,
procurou
ser
diferente
com
os
filhos.
Sua
primeira
esposa
e
seu
filho
ainda
pequeno
morreram num
acidente
automobilístico.
Com
sua
atual
esposa
tem uma
filha
adolescente,
com
quem
é
muito
ligado.
A
discussão
se iniciou
com
o
exame
do
forte
sentimento
de
culpa
do
paciente
e da
possível
relação
entre
suas
experiências
passadas
com
seu
pai,
a construção de um superego
violento e as
ações
violentas
que
realizou
em
sua
vida.
A
partir
disso, foi discutido a
adequação
do
objetivo
terapêutico
que
a
equipe
de
Psicologia
Médica
traçou
para
este
paciente:
trabalhar
o
sentimento
de
culpa
dele
com
a
intenção
de
diminuir
a
angústia
de
morte,
o
risco
de
desistência
e o
risco
dele
realizar
induções
iatrogênicas
inconscientes
na
equipe.
A
reunião
foi encerrada
após
debater-se
sobre
a
função
do
diagnóstico
fenomenológico
e as
bases
antropológicas da
Psicologia
Médica. |