Uma
mulher
de aproximadamente 30
anos,
em
tratamento
ambulatorial de
hanseníase
e
tuberculose,
foi internada
por
ter
apresentado uma
piora
em
seu
quadro
clínico.
A
paciente
também
era
hipertensa
e
diabética,
como
sua
mãe.
Além
de
seus
problemas
de
saúde,
estava separando-se e havia perdido
sua
mãe
há
poucos
meses.
Inicialmente
desanimada e desesperançada, mostrou-se
refratária
ao acompanhamento da
Psicologia
Médica.
Aos
poucos
contou
sua
história,
revelou a
vergonha
vergonha
de
ter
sua
doença
e a
tristeza
de
ter
perdido
sua
mãe,
temas
sempre
presentes
em
seus
atendimentos.
Com
a
melhora
do
quadro
clínico,
a
paciente
recebeu
alta
para
continuar
o
tratamento
ambulatorialmente.
O
debate
se iniciou
com
o
estabelecimento
do
objetivo
prioritário
da
Psicologia
Médica
neste
caso:
a
elaboração
dos
mitos
pessoais
sobre
seus
diagnósticos
para
diminuir
a auto-estigmatização da
paciente
por
ser
portadora de
hanseníase
e
tuberculose,
motivo
de
diminuição
da
sua
auto-estima,
agravada
pelo
luto
pela
perda
da
mãe.
Em
seguida,
foi ressaltada a
semelhança
entre
o
funcionamento
do
sistema
imunológico (mecanismo
de
defesa
orgânico)
na
hanseníase
com
os
mecanismos
de
defesa
psicológicos
nas
neuroses:
situações
nas
quais
ambos
sistemas
defensivos
atuam inadequadamente, causando
problemas
e
não
proteção.
A
reunião
foi encerrada
com
esclarecimentos
sobre
os problemas iatrogênicos
em
se
tentar estabelecer uma
relação
direta
entre
doença
auto-imune
e auto-destrutividade, tanto de uma maneira geral quanto específicamente
neste caso, onde a
dinâmica
da
paciente
estava no
registro
da
vergonha
(auto-estima) e
não
da
culpa
(destrutividade). |