Uma
mulher
de 60
anos
foi internada
com
um
quadro
de
insuficiência
cardíaca
congestiva,
já
com
dispnéia
aos
pequenos
esforços
e anasarca. Há 7
anos
vinha
sentindo
dores
na
altura
dos
rins,
mas
não
procurou
médico.
Só
veio
ao
hospital
porque
as
dores
estavam
muito
fortes
e
por
não
estar
mais
conseguindo
nem
tomar
banho
devido
à
falta
de
ar.
Embora
muito
solícita
com
a
equipe
e
sempre
disposta
a
conversar,
deu a
impressão
de
nunca
ter
feito
tratamento
de
forma
regular.
Seu
estado
de
humor
tendia
para
o polo depressivo e
tinha
poucas
disponibilidades
internas
em
se
tratar,
já
tendo
inclusive
escolhido a
roupa
que
queria
ser
enterrada.
Durante
a
internação
começou a
apresentar
hematúria
significativa
e foi constatada a
presença
de
um
tumor
de
características
malignas na
bexiga,
já
invadindo os
dois
ureteres
e causando
importante
hidronefrose.
Faleceu
após
40
dias
de
internação.
Filha
de
pai
alcoólatra,
que
agredia fisica e
verbalmente
a
mãe,
casou-se
muito
jovem
com
um
alcoólatra
que
a agredia da
mesma
forma.
Enviuvou
cedo
e casou-se
novamente.
Apesar
do
marido
só
fazer
uso
social
e
esporádico
de
bebidas
alcoólicas, a
paciente
insistia
em
vê-lo
como
um
alcoólatra.
A
discussão
foi inicada
pela
dinâmica
psicológica
da
paciente,
marcada
pela
presença
paterna
e
pelo
uso
maciço
de
mecanismos
projetivos
com
o
objetivo
de
induzir
em
outros
os
aspectos
psicológicos
indesejáveis
dela
própria.
Dessa
forma,
a
paciente
conseguia
evitar
a
consciência
da
gravidade
de
seu
estado
físico
e do
seu
desejo
de
morrer,
o
que
configura a
Síndrome
de
Eutanásia
de Abram Eksterman. Neste
caso,
o
foco
da
ação
da
Psicologia
Médica,
em
relação
à
paciente,
seria
resgatar
os
aspectos
projetados no
intuito
de ajudá-la a
obter
um
pouco
de
consciência
do
seu
estado
e da
necessidade
de se
tratar.
Em
relação
à
equipe,
ajudar
a
lidar
com
as
induções
iatrogências
da
paciente,
típicas da
Síndrome
de
Eutanásia. |