Resumo de Reunião Clínica
 

Foi discutido o caso clínico de uma mulher de 55 anos, portadora de uma síndrome cerebelar (tonteira e dificuldade de andar) e uma síndrome piramidal à direita (comprometimento motor com rigidez dos membros inferior e superior do lado direito), seqüela de um acidente vascular cerebral (AVC) ocorrido em 2000. Era também portadora de diabetes e uma importante hipertensão arterial, que a equipe médica não estava conseguindo controlar com a medicação.
Uma vez iniciado o acompanhamento psicológico por um membro da equipe de Psicologia Médica do C.M.P. associada à enfermaria, soube-se que a paciente acabara de perder sua mãe depois de quase dois meses de internação devido a um AVC. Além da semelhança entre os quadros clínicos de ambas, a própria paciente dizia ser muito parecida com a mãe, ter a mesma doença e temer ter o mesmo fim dela. Ficou evidente a profunda identificação da paciente com sua mãe, inclusive em relação ao quadro mórbido. Com a evolução do tratamento, essa identificação pôde ser trabalhada, o quadro hipertensivo foi controlado e a paciente conseguiu sair de alta para acompanhamento ambulatorial, médico e psicológico.

A discussão foi iniciada ressaltando-se a importância da História da Pessoa como instrumento para o diagnóstico psicodinâmico, o que, por sua vez, é fundamental para o estabelecimento do projeto terapêutico. Entrando na história clínica da paciente, discutiu-se a dificuldade dela elaborar a perda materna, o que a levou a desenvolver um quadro de luto patológico.
A discussão se encaminhou para o tema da identificação da paciente com o objeto perdido, uma das características do luto patológico. Discutiu-se também sobre a melhor maneira de trabalhar esta situação em pacientes somáticos internados.  Em seguida inicou-se uma discussão sobre experiências traumáticas, que não pôde ser concluída devido ao adiantado da hora.

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