Resumo de Reunião Clínica |
Uma
jovem mulher de menos de 30 anos, portadora de
doença de Parkinson, foi
internada para investigar porque o tratamento ambulatorial não estava
surtindo o efeito esperado. Havia fortes suspeitas de que ela não estava
seguindo as orientações devidamente. Mostrou-se inicialmente muito
resistente ao acompanhamento psicológico feito por um membro da equipe
de Psicologia Médica do CMP associada à enfermaria, que logo constatou a
difícil relação entre mãe e filha. As duas pareciam formar uma dupla que
se complementava: enquanto a mãe era uma pessoa dominadora e
excessivamente presente, chegando até a interferir nas consultas e no
tratamento, a filha parecia não se interessar por nada. Quanto mais a
filha não reagia ao tratamento, mais a mãe reclamava do esforço que era
para ela “carregar” a filha para tudo. Partindo-se da premissa de que o objetivo da Psicologia Médica com esta paciente seria aumentar a adesão dela ao tratamento, discutiu-se com profunidade como isto poderia ter sido feito. A compreensão psicodinâmica do caso evidenciou a forte presença mental de uma mãe ambivalente, inconscientemente filicida, e uma intensa culpa edípica, que se expressava por um atitudes inconscientes de indução iatrogência em relação à equipe, a qual não conseguiu evitar de reagir de acordo com o que lhe era induzido e assim realizou cirurgias de indicações discutíveis e encaminhou a paciente para tratamento psicológico em outra instituição. |