Resumo de Reunião Clínica |
Uma
mulher de 29 anos, solteira, órfã de pai desde os 2 anos, foi internada
para se submeter a uma tireoidectomia parcial por ser portadora de
hipertireoideismo e bócio
multinodular. Há 3 anos vinha sendo tratada
como portadora de epilepsia por ter apresentado alguns poucos episódios
de desmaios no qual ficava se debatendo (sic). Como mesmo tomando a
medicação prescrita continuou “nervosa” e emagrecendo, “ficou indo de
médico em médico” até que foi-lhe feito o diagnóstico de
hipertireoidismo e encaminhada ao Hospital Geral da Santa Casa de
Misericórdia, onde este diagnóstico foi confirmado e acrescido com o
diagnóstico de nódulos na tireóide, motivo do seu encaminhamento à
cirurgia. A
discussão foi iniciada com a observação de que não é raro a
revivescência de traumas sexuais, tanto no sentido do abuso quanto no da
angústia de castração, às
vésperas da realização de procedimentos invasivos. Discutindo-se o
atendimento feito, alguns entenderam que ele teve um duplo objetivo:
trabalhar o medo da cirurgia e iniciar a
elaboração do trauma sexual.
Examinando-se melhor a situação, pôde-se constatar que ambos estão
interligados e compõem a trama
histérica relacionada com a interrupção
da elaboração do conflito edípico,
provavelmente pela perda paterna seguida pela experiência traumática
com
o padrasto. A erradicação deste tipo de contaminação irracional do campo
terapêutico, que pode levar a desfechos inesperados e desfavoráveis, é o
principal objetivo da Psicologia
Médica. Devido ao importante componente histérico da paciente
levantou-se a possibilidade do diagnóstico de epilepsia tem sido
confundido com o de histeria, fato que também não é raro. |